quarta-feira, 19 de março de 2008

O Último Som

O texto abaixo se passa depois que o sonho do penúltimo post se concretiza, mas acho que só pelo que acontece aqui isso não fica claro... De qualquer forma é uma parte que já estava "escrita" na minha cabeça há muito tempo (bem antes do conto do Morfeus com o Delfos).
Isso tudo faz parte de uma história que eu bolo desde que estava lendo o Senhor dos Anéis pela primeira vez (já li quatro vezes) e que espero poder terminar um dia xD
Espero que gostem!
Almarë, melloni!

Finalmente acabara. O último orc caiu longe e um silêncio tumular se fez naquele campo de batalha. Leon olhou ao redor. Para todos os lados se via apenas cadáveres, alguns cortados pela lâmina da sua espada, outros perfurados por flechas ou lanças perdidas, outros esmagados pelos pedaços de pedra que se ergueram depois do último golpe. A Última Onda do Dragão.
Mas agora ele estava exausto. Deixou o sabre orc cair, o mesmo que atravessara seu estômago, e pensou que gostaria de nunca precisar tê-lo usado. Depois fincou novamente a ponta da lâmina de sua katana no chão e se sentou como uma criança observando o horizonte à procura de fadas.
Então ele percebeu um vulto se aproximando. Estava longe demais para que pudesse saber o que ou quem era. Ou talvez fosse apenas sua visão falhando. Sim, provavelmente era isso, porque lentamente tudo escurecia enquanto ele ouvia apenas sons que pareciam gritos.
Mas o que era aquele vulto já não importava mais. Seus braços não conseguiriam desferir mais nenhum golpe e suas pernas não suportavam mais o peso do corpo pra ficar de pé ou se esquivar de qualquer ataque. E ele esperou. Pacientemente. Até que finalmente percebeu que o vulto corria e se vestia de branco.
Teve a esperança de que fosse um clérigo e que poderia ser curado de alguns ferimentos. Então poderia ser levado até uma cidade ou vilarejo e descasar até recobrar todas as forças. E depois disso ele procuraria seu antigo mestre e treinaria exaustivamente, até que se tornasse poderoso o suficiente para derrotar Erion.
Erion, ele pensou. Como ele podia ter feito tudo aquilo? Por quê? Tantas vezes Leon havia sido salvo da morte por ele. Se perguntava se era realmente seu amigo que agora iniciava uma ditadura sobre o Reino do Oriente. E enquanto se perdia nessas idéias o vulto se ajoelhou diante dele, segurou seus ombros e lhe chamou pelo nome duas vezes em meio a soluços.
Ele reconheceu aquele rosto molhado e a voz desesperada. Era Anne. Tentou dizer algo, mas sua voz se recusou a sair da boca. E então ele ouviu outra voz.
– Está na hora de nós irmos, Leon – disse a mulher atrás de Anne.
Leon olhou para ela e a reconheceu de imediato. Era a mesma mulher que apareceu para levar o corpo de May no dia em que ele a matou. Ela se abaixou e o beijou no rosto. Ele então sentiu como se todos os seus ferimentos tivessem sido curados e agora apenas seu corpo estava cansado.
– É... você...?
Anne olhou para trás e depois afundou o rosto no colo de Leon chorando. E a mulher lhe respondeu sorrindo.
– Sim, sou eu. Eu vim lhe buscar para ver os outros. Temos que lhe dar algumas explicações antes do fim.
Ele sabia que aquilo era o fim. Sabia que ela era a Nix, a Deusa da Morte. E o sorriso dela seria irritante para qualquer pessoa que a visse assim, diante de uma pessoa que sabia que iria morrer em poucos minutos, não importava o que fizessem. Mas aquele sorriso não incomodou Leon. Na verdade, o tranqüilizou. Sentiu que finalmente poderia descansar, livre de todas as dores e preocupações da vida.
E ela lhe estendeu a mão. E quando ele a segurou, seu corpo voltou a doer, seu estômago cheio de sangue tentou mandar tudo que havia nele para fora. Leon quis vomitar, mas se conteve. Segurou com firmeza o cabo da katana e olhou para Anne, que ainda chorava.
– Não se preocupe – disse Nix –, ela irá conosco também.
E a visão dele apagou-se de uma vez e ele apenas pôde ouvir o choro de tristeza da amiga enquanto seu corpo se entregava ao cansaço pela última vez naquela vida.

quinta-feira, 13 de março de 2008

5 passos para a Morte

Aya, melloni!
Pouca gente sabe (pelo menos do meu ponto de vista e conhecimento), mas eu não estou mais namorando.
Já vai fazer 3 semanas, que foram carregadas de momentos ruins.
Na primeira semana eu simplesmente não consegui fazer nada direito e minha principal ocupação foi ouvir música sem parar para não pensar no assunto.
Na segunda, um pouco (mas só um pouco) melhor, qualquer coisa que me fizesse lembrar do assunto vinha acompanhada de um terrível frio na barriga, que só passou depois que conversei um pouco sobre isso com o Drummond e com a mãe da Taís.
Essa semana já estou relativamente bem, ainda que meio pra baixo. Até sair da diCasa (onde estagio) hoje.
Na hora estava passando pela frente da loja uma garota de bicicleta, com um sorriso que transmitia bom humor e despreocupação.
E ver essa garota passando assim, tranqüila e sorridente, entre os pedestres me fez lembrar que a vida não é chata. Só precisamos aproveitá-la.
Isso me levou ao episódio que assisti do House (na TV aberta Dr. House, acho) em que ele fala sobre os cinco estágios da morte: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação.
Conseqüentemente fui levado a pensar nas 5 edições que mostram cada um desses cinco estágios do ponto de vista de diferentes heróis sobre a morte do Capitão América.
Embora não tenha havido mortes, meio que passei por esses estágios.
A tentativa da minha mente de negar que isso havia acontecido, mantendo meio que em segredo; a raiva que veio quando eu e ela tivemos nosso primeiro "contato" depois; a tentativa de falar com ela para fazer algo para voltarmos; a depressão de não ter mais ela pra conversar e fazer besteiras.
E finalmente a aceitação do que aconteceu. A aceitação de que a vida continua e que tenho amigos, família, uma universidade e um trabalho (entediante, mas ainda assim um trabalho).
E tudo isso passando pela cabeça ao som de Put Your Records On, de sei lá qual é o nome da francesinha lá.
Então é isso, acho.
Obrigado a você, Taís, que não vai ler isso, pelos quase 19 meses que me aturou e ficou ao meu lado, me dando alegria e me ensinando muito sobre mim mesmo.
Obrigado aos meus amigos que me deram apoio nessas duas semanas e meia difíceis que passei.
E que a vida continue!
Almarë, melloni!
P.S.: pouco depois a menina da bicicleta quase me atropelou u.u'

segunda-feira, 10 de março de 2008

Sonhos

Aya, melloni!
Conforme prometido, eis um dos textos que eu escrevi tempos atrás e que está (milagrosamente) guardado. Foi um dos vários prólogos que escrevi para minha história, que agora está bem diferente (especialmente em se tratando da parte sobre deuses). Espero que seja do agrado de alguém xP
Morfeu estava sentado em seu trono, no topo da montanha mais alta de seu reino. De lá ele viu quando, sem se esconder, Delfos chegou. Agora seu irmão mais velho estava já na metade da trilha que levava até o cume. Visitas desse tipo não eram normais. Poucas vezes era necessário que dois ou mais Deuses se encontrassem. Mas quando algo importante estava para acontecer, Morfeu sempre era procurado.
Ele era o Deus dos Sonhos, o Grande Espírito que cuidava das mentes mortais subconscientes enquanto estas adormeciam. Quando os Mortais se deitam, Morfeu abre as portas de seu reino onírico para que elas caminhem livremente, vejam coisas inimagináveis, pessoas estranhas ou que já partiram para longe.
Raramente interferia nos sonhos de alguém. Mas ele sabia que se outro Deus estava ali, então teria de fazê-lo.
E Delfos chegou finalmente. Parado ali, ele parecia incrivelmente alto, com seu rosto pálido, os cabelos prateados e as roupas brancas e azuis em tonalidades brilhantes. Quando ele falou, sua voz soou calma e quase inaudível. Parecia que já fora tomada há muito tempo.
E, em meio a sussurros, Morfeu soube das coisas que estavam por vir e do papel que ele teria nos eventos futuros, assim como quais Mortais deveriam ser manipulados.

Pouco depois Anne estava no alto de uma colina. Ela observava o movimento de manchas escuras (provavelmente devido à grande distância) no fundo do vale abaixo dos seus pés. Aquelas manchas pareciam estar indo à direção de uma figura solitária mais à frente. Ela acreditava ser um exército, indo ao encontro de seu general.E enquanto olhava tudo do alto, ela ouviu uma voz fria falando de algum ponto distante. Encontre-o. Mas quando tentou se virar à procura da pessoa que lhe falava encontrou apenas o teto do seu quarto. Fora apenas um sonho.
Almarë, melloni! (realmente sem idéias hoje xP)

quarta-feira, 5 de março de 2008

O descanso do primeiro aventureiro

Aya, melloni....
Foi com pesar que eu li no site da Wizards of the Coast a notícia sobre a morte de Gary Gygax por problemas de saúde ontem.
Okay, você provavelmente não sabe quem era o indivíduo e eu sei pouco sobre ele também, mas sei o que ele representa para milhões de pessoas no mundo todo (mesmo que elas nem saibam quais as iniciais dele).
Em 1974, junto de Dave Arneson, Gygax lançou na GenCon um livro chamado Dungeons & Dragons, o primeiro RPG do mundo. Então, não importa se você joga Vampiro nas madrugadas de sábado, no fundo do quintal com os amigos, ou se prefere ler uma edição da Holy Avenger na rede ou matar monstros engraçados em Ragnarök na frente do PC. Você pode fazer isso graças à ele.
Que você tenha uma agradável passagem pelos Planos Superiores, Mestre Gygax, pois você foi o primeiro de milhões de aventureiros que vieram nos últimos 34 anos.
"Eu gostaria que o mundo se lembrasse de mim como um cara que realmente gostava de jogos de interpretação, e compartilhar seu conhecimento e seus passatempos com todo mundo."
Gary Gygax em entrevista a Kittenpants.org
Almarë, melloni!

terça-feira, 4 de março de 2008

Provérbios e Musas

Aya, melloni!
Sim, se passou quase um mês mas eu estou de volta!
Tive alguns problemas básicos que me impediram de postar por um tempo, como ficar sem net por três semanas porque a Oi não me avisou que eu tava devendo R$ 30,00 pra eles (caloteiro!) e uma coisa pessoal que me ocorreu e que me deixou meio inútil na última semana...
Mas, como dizem os japoneses, "caia 7 vezes, levanta-te 8"! Então, voltemos à ativa!
Nesse meio tempo, ganhei um bônus de +5 na Perícia Atrair Leitores e agora posso fazer o teste rolando 1d6 leitores, sem redutores =D
(Aposto que depois dessa eles diminuem de novo...)
Bem, escrever sobre os elfos da ASM tornou-se algo desanimador (pra não dizer chato) e vou pular logo pra parte sobre o Elfo e o Erion xP
(Mais informações, vide postagens anteriores, acho)
Na semana que vem eu prometo que posto alguma coisinha que escrevi muitas vidas atrás e que não vou mais usar (pelo menos não da forma como está atualmente). Me cobrem!
Por hora fica esse... esse... essa coisa que rascunhei na minha cabeça enquanto estava no elevador =D
Ah! Triste é a vida desses poetas com suas musas...
Vivem escrevendo suas obras de arte inspirados por elas
Mas delas, as musas, eles não podem desfrutar...
Vivem meses por elas e graças à elas
E elas lhes inspiram falando, dançando, cantando... encantando...
Mas eles não podem tocá-las!
Só amá-las em seu amor proibido e sem esperança...
Sim, ficou pequeno, ficou meio fraco, mas eu não sou poeta xD
Bem, vou ficar por aqui, hoje.
Almarë, melloni!
E beijos pra Musa!